Alto Tietê registra mais de 549 trotes ao Samu no primeiro semestre de 2025
20/07/2025
(Foto: Reprodução) Mais de 500 ligações falsas ao Samu foram registradas no Alto Tietê em 2025
Divulgação/PMMC
O número de trotes contra o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) caiu 44,82% no Alto Tietê entre janeiro e junho de 2025. Nesse período foram 549 ligações indevidas, enquanto que no primeiro semestre de 2024, foram 995.
Ações de conscientização nas escolas são uma das armas das prefeituras da região para manter baixo o índice de trotes. Isso porque a maioria das ligações é feita por crianças. Em média, elas duram cerca de um minuto (veja mais detalhes abaixo).
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Em Mogi das Cruzes, o Consórcio Regional de Saúde de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Cresamu) registrou 197 trotes de janeiro a junho de 2025, contra 589 no ano anterior, despencando 66,55%.
Os dados também incluem as cidades de Arujá, Biritiba-Mirim, Guararema, Santa Isabel e Salesópolis, atendidas pelo consórcio.
Quem também apresentou queda foi Itaquaquecetuba. De acordo com a Secretaria de Saúde, de janeiro a junho de 2024, foram cerca de 95 ligações falsas. Neste ano, no mesmo período, o número caiu para 59 o que representa uma queda de 37,89%.
A unidade de Suzano contabilizou 192 ligações indevidas nos seis primeiros meses deste ano, segundo a Secretaria de Saúde. No ano passado, foram 199, o que representa uma leve diminuição de 3,51%. A unidade também atende Poá.
O índice também subiu em Ferraz de Vasconcelos. De acordo com a administração, foram 112 trotes em 2025 e 101 em 2024, 9,82% a mais em relação ao ano anterior.
Conscientização
Entre as ações está o Samuzinho. Trata-se de um personagem que vai às escolas e oferece orientações sobre os primeiros socorros, segundo o Cresamu. Além disso, ele participa de eventos municipais e é realizada panfletagem sobre o tema.
Em Suzano, a Prefeitura tem realizado atividades e palestras nas unidades escolares para conscientizar sobre o assunto e também orientar pelo telefone quanto aos problemas causados pela utilização do número 192 para esse fim.
Já em Ferraz de Vasconcelos, além do Samuzinho, os profissionais da Telefonista Auxiliar de Regulação Médica (TARM) passam por capacitação para identificar informações desconexas para evitar desperdício de recursos. Um sistema eletrônico foi implementado como ferramenta de apoio para identificar e alertar as equipes sobre chamadas originadas de números de telefone com histórico de trotes.
Em Itaquaquecetuba, as orientações são passadas ainda durante o contato e destacam a importância do Samu e os prejuízos que os trotes podem causar.
Segundo a coordenadora geral do Samu de Suzano, Giselda Rodrigues da Cruz, 58% dos trotes na unidade suzanense ocorrem entre 12h e 18h59; e 34% das 7h às 11h59, períodos de aulas. Outros 7% acontecem das 19h às 23h59 e apenas 3% de 0h às 6h.
Apesar disso, os atendentes conseguem identificar o trote rapidamente e, por isso, não chegam a utilizar recursos. Apesar da pequena queda registrada na unidade, o número ainda é considerado baixo se comparado aos anos anteriores.
“Não chega a sair ambulância porque conseguimos identificar. Quando é um acidente, várias pessoas ligam ao mesmo tempo. Temos três linhas aqui. Quando só uma pessoa liga, conseguimos perceber que se trata de um trote. Não chegamos a ter prejuízo”, disse.
A prática pode colocar a vida de quem realmente precisa de um atendimento em risco. “A pessoa deixa o tempo com ela, quando outra, de fato, precisa de um atendimento. Esse tipo de ligação pode fazer com que a gente perca tempo para atender quem realmente precisa”, finalizou.
O que diz o Código Penal Brasileiro?
A “brincadeira” contra serviços de urgência é considerada crime. De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, a prática pode resultar em seis meses de detenção. A pena para quem realizar uma ligação falsa contra órgãos de urgência é de um a seis meses de detenção.
Quando a ocorrência envolve menores de idade, o infrator é encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude, onde são aplicadas medidas socioeducativas, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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